Antônio Frederico de Castro Alves nasceu a 14 de março de 1847 na cidade que hoje leva seu nome e morreu tuberculoso a 6 de julho de 1871. Tinha 15 anos quando se matriculou no curso de Direito em Recife, onde iniciou sua carreira poética, escrevendo poesia lírica e social (a social sendo a que mais o consagrou) a favor da abolição da escravatura, sendo por isso chamado de Poeta dos Escravos. Sua poesia lírica era menos idealizada que a de seus contemporâneos românticos, apresentando uma mulher mais sensual menos idealizada. Entusiasmou-se pelo teatro e casou-se com uma atriz chamada Eugênia Câmara, dez anos mais velha, que o abandonou mais tarde. Tempos depois do casamento, atira contra o próprio pé em uma caçada e tem o membro amputado. As caçadas tiveram sua origem justamente como escapatória das constantes brigas que o casal tinha começado a ter quando se mudaram para São Paulo. Mas após este infeliz acidente ainda pôde andar, ainda que com o auxílio de uma bengala e um pé de borracha. Em 1870 publica Espumas Flutuantes na Bahia, sua única obra poética publicada em vida. O que segue é uma passagem de seu célebre Navio Negreiro, parte de sua obra publicada postumamente em Os Escravos.
"Eras um sono dantesco... O tombadilho,
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar,
Tinir de ferros... Estalar do açoite...
Legiões de homens negros como a noite
Horrendos a dançar" Os Escravos
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar,
Tinir de ferros... Estalar do açoite...
Legiões de homens negros como a noite
Horrendos a dançar" Os Escravos
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